sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Mudanças

Hoje eu posto o primeiro texto do blog ^^
Fiz ele pra uma amiga minha bem especial, a qual me insentivou a começar com isso tudo!
Bom, o texto está ai, espero que gostem /o/










Ela ia calma pela trilha, caminhava à horas sem se importar. A floresta não parecia mais assustadora e densa, agora que ela já morava por perto a alguns meses, mas ainda havia um ar misterioso por ali.
Bárbara morava ao pé de uma montanha, e todos os dias ela caminhava com seu cachorro por uma trilha próxima que levava montanha acima até uma floresta. A floresta era grande, mas a trilha continuava por dentro dela impedindo-a de se perder.
Ela passara a tarde com seu cachorro, tobby, sentada ao lado da cachoeira, descansando em cima de uma pedra.
- Vem tobby, vamos, já passou do meio dia, melhor voltarmos... Ela falou com a voz baixinha, quase inaudível, passou a mão pelo rosto, ela enxugava lágrimas...
O cachorro levantou obediente, mas tinha um olhar piedoso, sentia dó da dona. Ela se levantou e começou a andar devagar, o barulho da queda d’água a acalmava, mas a medida que ele ficava mais baixo, mas ela parecia se deprimir.
Ela parou repentinamente, e olhou em frente, um lindo pássaro cantarolava num galho baixo a sua esquerda. Um sorriso mínimo surgiu em seu rosto. Ela parou de chorar, enxugou as lagrimas mais uma vez e continuou a seguir, mas parou dois passos à frente.
Ela olhou mais atenta entre os galhos a sua esquerda, o pássaro chamou sua atenção para uma pequena trilha escondida e ela estava certa de que nunca havia seguido por ali antes. Ela olhou para tobby:- Acha perigoso? Ou devíamos ir por ai pra ver onde vai dar?
O cachorro apenas latiu.
- Sabia que ia concordar comigo! – Ela riu-se.
Bárbara Foi até o inicio da pequena trilha, e retirou os galhos que atrapalhavam a passagem. Haviam duas grandes árvores ao lado da pequena trilha, uma de cada lado, parecendo um imenso portal. Ela pegou e fincou três galhos em pé na frente de cada árvore para não se perder e encontrar a pequena trilha no dia seguinte.
Ela andou com tobby pela outra trilha por vários minutos. A trilha parecia não chegar a lugar algum, e a floresta estava cada vez mais fechada. Ela já estava quase decidindo voltar, mas ela avistou uma pequena clareira um pouco a frente, ela andou ansiosa até o local, e parou na entrada da clareira.
Era lindo, um pequeno circulo sem árvores no meio da floresta, a luz do sol entrava forte pelo buraco no dossel e iluminava a grava intensa e verde, que estranhamente só crescera ali, as árvores que fechavam o circulo eram bem mais altas, mas estranhamente tinham um tronco liso, sem casca, como árvores novas. No meio da clareira havia uma enorme poltrona de pedra coberta por varias folhas que saiam das raízes que estavam grudadas nela.
A poltrona, em meio ao ambiente, era igualmente linda, tinha traços suaves e curvilíneos, como uma poltrona egípcia e era grande o suficiente para três pessoas se sentarem juntas nela.
- Olá
Bárbara se assustou, e só então viu que no braço da poltrona havia uma moça sentada, ela era linda como tudo ao seu redor, tinha cabelos pretos que iam até o meio das costas, presos num liso rabo de cavalo. Trajava vestes roxas, seda suave, e as roupas assim como a poltrona tinham traços egípcios. Ela também tinha pulseiras de ouro puro em ambos os braços, tantas que cobriam todo o espaço entre o pulso e o cotovelo, as pulseiras após um olhar mais atento tinham a forma de serpentes sinuosas. Ela tinha uma corrente, também de ouro, no pescoço, que acabava envolvendo um enorme diamante num anel áureo. Seus sapatos eram leves, como um simples tecido enrolado em seus pés, mas ainda emanavam uma rara beleza.
- Ah... Oi – Disse desconsertada – Desculpe, não vi você aí...
- Não se desculpe. – Disse num sorriso bondoso – Meu nome é Sakhmet, prazer
- Oh, meu nome é Bárbara, igualmente. Você mora por aqui?
- Ah não, eu venho aqui quando preciso descansar, quando preciso de um tempo para ficar sozinha.
- Entendo o porque! – Disse Bárbara olhando ao redor.
- Eu normalmente passo horas e horas sentada aqui na poltrona, refletindo, ou apenas descansando, mas hoje me deparo com um casulo aqui!
Sakhmet indicou a pequena crisálida no encosto da poltrona com a mão.
- Eu acho que já vi você hoje por perto, não era você na cachoeira de manhã?
- Era sim! Mas quando você me viu!? Não vi você lá! – Disse surpresa.
- Eu estava passando, você não estava muito bem, estava chorando e não deve ter percebido – Seu rosto agora se convertia numa face piedosa.
- É eu estava... – Bárbara envergonhou-se.
- Aconteceu alguma coisa com você?
- Ah... nada... besteiras...
- Não tem problema, quase tudo que eu ouço são besteiras, algumas a mais não farão diferença – Ela sorriu bondosamente.
Tobby olhava a conversa com um estranho ar curioso,e de tempos em tempos olhava para a moça desconfiado.
- Ah, é que eu não ando muito bem comigo mesma sabe...
- O que acontece?
- Eu ando meio... deslocada, meio fraca...
- Como assim?
- Sabe, eu costumava a escrever lindos textos todo dia, eu apreciava a natureza com outros olhos, via as pessoas de um jeito diferente, via tudo de um outro modo! Mas de uns tempos pra cá parece tudo dar errado! Não sou mais aquela pessoa poética e sensível que eu sempre fui, pareço até estar sem sentimentos! Parecem só acontecer coisas ruins pra mim, só vejo mais e mais sofrimento! – Bárbara começou a chorar...
- Olha, - Sakhmet começou a falar com um ar diferente, entre o bondoso e o sério. – Não se deixe atingir por essas coisas. Sei que parece que o seu mundo está se despedaçando, mas são coisas naturais, todo mundo passa por isso! Não é só você. Sabe...
- Mas já faz tempo, parece que o mundo parou de girar pra mim! – Ela parecia chorar cada vez mais.
- Bárbara olhe pra mim
Ela olhou.
- Sei que tudo parece ruim, mas você esta passando por uma mudança, é só isso! Tudo parece dar errado agora, porque quando isso acabar você será recompensada! Você não está sem sentimentos, eles só estão adormecidos por um tempo, passando por uma metamorfose e quando tudo isso acabar, você vai ser uma pessoa muito melhor do que jamais foi! Seu mundo sempre para um pouco para as transformações, mas depois...
Ela parou de falar e apontou para a crisálida sorrindo. O casulo não estava mais firme ali, ele pendia molemente por um fiozinho de seda, estava rachado ao meio, e logo ao lado, uma majestosa borboleta monarca abria suas asas, acordando de um longo sono. Bárbara ficou sem palavras, ela olhou, e ainda chorando sorriu. Ela correu e abraçou Sakhmet, foi um sentimento estranho, era como se fosse alguém conhecida a muito tempo, não uma amiga, mas um estranho ar materno, mais como uma avó.
Ela a soltou e se afastou para enxugar as lágrimas, e olhou distraída para o relógio de pulso.
- Nossa! Cinco horas! Mas como!
Agora ela percebia que a luz já não era tão forte, e o canto dos pássaros dava lugar vagarosamente ao chiar dos insetos. Talvez aquele abraço tivesse durado muito mais do que parecera...
- Ah, desculpa, eu preciso ir!
- Sem problemas – ela sorriu.
- Amanhã eu volto, ok?
- Não sei se vou estar aqui amanhã...
- Quando você vem aqui?
- Não tenho dias fixos, mas se você precisar pode vir me procurar – Disse com outro sorriso bondoso.
- Tudo bem, eu venho – Bárbara disse sorrindo – Vamos Tobby! Até outro dia Sakhmet!
Ela saiu apressada pela pequena trilha, gastou bem menos tempo para voltar que para ir. Ela avistou as árvores com os gravetos que ela colocara mais cedo, passou pelas arvores e foi seguindo pela outra trilha, mas tobby parou, sentou e apenas olhou para a pequena trilha.
- Vamos Tobby! O que aconteceu agora?
Ela olhou para a pequena trilha, mas a trilha não estava mais lá. Ela achou ter confundido o lugar, olhou ao redor, mas percebeu que estava olhando para o lugar certo quando viu os seis gravetos em pé na frente das duas árvores. Ela voltou até lá e olhou entre as árvores, tentou seguir, mas a floresta era fechada demais até para passar pelas duas árvores. Ela olhou confusa para Tobby sem dizer uma palavra sequer, ele retribuiu o olhar virando a cabeça curioso. Ela olhou para trás e viu do outro lado da floresta, por entre as poucas árvores que estavam do outro lado da trilha, a lua nascia. Ela se apressou, começou a correr e Tobby foi em seu encalço. Em algum lugar ali uma borboleta monarca voava contente...

“Mudanças sempre são dolorosas, mas você será recompensado por esse sofrimento ao fim dela e essa dor te deixará resistente para a próxima mudança. Não se reprima, onde sua vida parece acabar, ela está apenas começando...”

3 comentários:

  1. Ahhh,o texto que vocÊ fez pra mim *-*
    amei,ameii!!!
    é galera,o bredão escreve muito.
    vale a pena ler as obras dele!

    Um beijo bredinha!

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  2. fiko show seu texto cara, ^^ gostei, vai ter continuação? o que acontece com ela?

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  3. Valeeew pessoas /o/
    Esse texto nem vai ter continuação, ela conseguiu resolver os problemas e viveu feliz depois disso :P

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