terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Lições de um bom amor













                                                               Olá! 



Estou escrevendo esse texto porque senti uma vontade grande de compartilhar com vocês ótimos aprendizados que eu obtive com alguns anos em um bom relacionamento amoroso.
Esta é a síntese de algumas das mais importantes vivências que a vida me trouxe em aprender que um relacionamento amoroso bom não acontece, é construído, e eu espero que seja uma boa leitura para vocês!









   A primeira coisa que aprendi com meu namoro e que me vale para todos os relacionamentos é que o maior fator de um relacionamento que você vive é você. E talvez isso pareça bobo, mas aprendendo isso eu entendi que a sua postura define o que você vive dentro de uma relação, tanto pelo sentimento que você inspira na pessoa, quanto pela maneira com que você recebe o que te é doado.
   Pra mim é o primeiro e mais importante passo pra ter um relacionamento saudável, pois é assumindo seu posto que você faz acontecer tudo aquilo que o senso comum costuma dizer ser impossível: o convívio continuar sendo agradável independente do tempo, o perdão seja lá do que for, a construção da confiança e sinceridade e a abertura de coração que faz um amor valer cada minuto a pena.




   Essa abertura inclusive é a segunda lição valiosa que eu aprendi com essa vivência: Ter vontade e esforço em aprofundar o relacionamento faz ele melhor, mesmo que haja dificuldades.
   Uma coisa que me ficou bem clara é que as experiências de vida de duas pessoas são mais complexas e graúdas do que a gente está acostumado a entender. São crenças, costumes familiares, linhas ideológicas, diferentes noções de certo e errado, entre outros. Quando você se abre para uma pessoa querendo que ela te receba e te ame como você é, esperar isso na primeira tentativa chega a ser uma ingenuidade (mesmo assim não nego que possa acontecer), pois o melhor de se criar fidelidade, confiança e amor pelo que cada um tem de íntimo você consegue persistindo com o tempo, pois depois de um certo tempo de convívio as pontas ásperas aparecem, e esse momento onde muitos relacionamentos costumam acabar é uma porta enorme de amadurecimento e fortalecimento pra um amor verdadeiro e digno, com uma confiança muito mais valiosa do que o cristal que se quebra nas primeiras desilusões.






   E isso leva ao terceiro aprendizado que eu tive: a confiança saudável é bem mais do que esse cristal frágil das primeiras expectativas e é mais do que benéfico esse cristal quebrar. A verdadeira confiança, aquela forte que te faz sentir seguro no amor e seguir tranquilo é pautada na pessoa que você se relaciona e não na imagem platônica que você tinha dela quando a conheceu, e isso é maravilhoso, pois uma pessoa completa é muito mais do que aquela fantasia que montamos na nossa cabeça de amor eterno e sem defeitos com lantejoulas e trombetas de anjos, MUITO mais.
   Essa confiança real contém gratidão pelo que te agrada, compreensão e paciência com o que te incomoda e felicidade por tudo que você ainda não conhece, pois cada nova experiência a dois te constrói pra vida. É o que te faz capaz de saber lidar com a pessoa com a qual você caminha, e estar em paz por saber que isso acaba sendo recíproco.







   A quarta boa lição de um amor gostoso pra mim é de longe o bom humor. Rir é a mais deliciosa delícia das delícias seja lá com quem você estiver. Hahaha
   Ainda tem muitos tabus sobre a maneira com que as pessoas deveriam viver uma relação amorosa (que caso você não saiba, não precisa ter regras sociais) e eu acho triste conhecer pessoas que ainda não se permitem serem uma maravilhosa amiga ou amigo para o seu par, pois quando o seu relacionamento junta a fidelidade matura com o bom humor de uma boa amizade é o ponto onde começa a fazer sentido sonhar estar com uma pessoa pela vida toda.
   Rir é uma maneira alegre de melhorar o convívio e lidar inclusive com assuntos que com excessiva seriedade seriam complicados, além de deixar a vida a dois mais leve. (lembrando que riso e alegria são coisas muito diferentes de deboche e fuga).




   E por último nesse texto eu queria dizer que amando eu aprendi que a vida é mais gostosa quando decidirmos ser menos nas futilidades, e isso é algo que levo pra vida. Estar num relacionamento amoroso me fez perceber quantas vezes no meu dia a dia eu deixava de conviver bem e seguir tranquilo pela necessidade de não abrir mão de uma opinião, estar certo ou talvez controlar uma situação inclusive com pessoas que eu nunca tinha visto até ali e nem veria mais.
    Isso é algo que foi um aprendizado doloroso fruto de um orgulho grande que vem sendo desconstruído com muito amor. Foram bons momentos de conflito interno onde eu me peguei questionando “se eu gosto tanto dela e nos quero bem por que sou tão resistente com uma coisa tão pouco significativa na minha vida?”.
   E a conclusão final foi que não há um motivo bom para isso, e que escolher ser humilde vale mais a pena, e quando você o faz, seu parceiro ou parceira aprende a fazer também. É aquele maravilhoso momento onde você aprende que ao invés de estar certo, prefere estar bem com quem ama, e no momento onde os dois preferem estar bem começa paz no coração de uma maneira linda, até porque esse é um momento onde aquela confiança maravilhosa da terceira lição cria sua base mais forte.




E por hoje são essas as coisas que gostaria de compartilhar com vocês.
Eu agradeço muito a leitura e espero que tenham uma vivência amorosa tão maravilhosa quanto a que temos aqui!






Até a próxima e muito amor. ;D

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Respeitando as crenças e opiniões alheias

   

                       



E ai, pessoas, tudo bem? Hoje eu vim aqui trazer um conteúdo especial sobre um sentimento desses que melhora os ambientes pra todo mundo: o respeito. Mais que isso, em particular hoje eu escrevo sobre o respeito às crenças e opiniões e a seguir fica uma lista de 7 fatores que podem te ajudar muito a lidar com as dificuldades de conviver com alguém que não pensa como você.
  Sem mais delongas, boa leitura. ;)

1 – A composição complexa de cada pessoa
  O primeiro tópico aqui se trata do quão extenso é o número de fatores que consolida a personalidade de uma pessoa. Há uma palavra não muito comum ao senso popular chamada ontogenia que significa a formação do indivíduo desde o começo de sua vida.
  
  A ontogenia de cada um envolve um leque de acontecimentos e sentimentos que estão ativamente se relacionando uns com os outros e cada nova coisa que vem a fazer parte da pessoa interage com tudo que ela já tem em si. Somos ativamente influenciados pelo meio em que convivemos e através do que nos é apresentado, juntamente com o que já foi apresentado antes, se formam, alteram e se extinguem características, raciocínios e obviamente as crenças.
   
  Pense bem nos momentos chave da sua vida que lhe fizeram pensar como pensa, ser o que é. Será que se as coisas todas tivessem tomado um caminho diferente você não acreditaria no que hoje não consegue tolerar? Quantas vezes você mesmo não mudou opiniões que antes achava absolutas?


2 – Cada um tem diferentes necessidades

                             

  É exatamente por essa formação complexa que aqui nós lidamos com o fato de que cada um tem suas necessidades particulares em suas vivências. Dependendo da sua formação você pode ser alguém necessitado de segurança, mas outras pessoas podem ter a necessidade de tomar riscos. Assim é com inúmeros fatores, desde os mais biológicos até os mais filosóficos, as pessoas tendem a buscar nas suas crenças as necessidades que tem de apaziguar suas dores e fortificar suas alegrias e certamente as suas não são as únicas.
  
  São muitas pessoas com suas diferentes formações. Basta entrar num sistema de mapas via satélite que você vai entender que mesmo no seu bairro, tem muito mais pessoas do que você imagina.
  
  Quando você lida com crenças, é bom entender que isso se trata de algo pessoal de grande importância, e que se você se volta mais para as crenças dos outros que para a sua, talvez você esteja se deixando de lado ou projetando seus problemas.
  
  Essa importância das crenças é tal que são essas mesmo que movem as pessoas, e consequentemente o mundo.


3 – O mundo é movido por crenças
  Respire fundo se você se estressou com a frase, caalma, vou explicar tudo agora!
Por mais que uma pessoa seja constituída por mil características, o motor básico que move alguém em direção a algo é a crença de que aquilo é necessário para si ou para um motivo qualquer.
  
  Por exemplo, antigamente a quantidade de dinheiro no mundo era medida pelo ouro que era mantido em estoque, já hoje, a base das atividades monetárias do mundo é o valor do dólar, e o valor do dólar se baseia num certo tipo de confiança que as pessoas têm naquela moeda. Confiança não é por si só um tipo de crença de que aquilo é algo seguro para si?
  
  Quando pessoas fazem dietas é por acreditarem na necessidade de emagrecer, mesmo quando não a tem. Você trabalha por acreditar que vai receber seu salário no final do mês. Pessoas respeitam a lei por acreditarem que terão más consequências se não o fizerem e quando desrespeitam é por acreditar que isso é mentira ou que outra necessidade é maior.

  Você paga o preço das coisas pois acredita que que aquilo vale o custo ou que não tem outro jeito de consegui-lo. As pessoas se abraçam, pois acreditam que a pessoa abraçada lhes faz bem, e se afastam umas das outras quando acreditam estarem em desvantagem por se relacionar entre si.
  Agora pense, num mundo onde as pessoas são todas diferentes no seu íntimo e movidas por suas crenças, qual o motivo para não achar natural que cada um busque suas crenças nas questões que julga importante?
  Assim como nas crenças cotidianas  isso também ocorre nas mais profundas, como política, religião, relacionamentos amorosos e etc. Se você não vai estar lá para dar suporte a quem acha que deveria pensar diferente, se ela vai caminhar por si só, deixe que a pessoa viva com as crenças dela, isso não diz respeito a você.


4 – Você se lembra do caráter?
  Quando você divide as pessoas pelas seitas, grupos, tribos ou seja lá qual for o coletivo, você se lembra do caráter? Quando diz que um mundo sem tal tipo de pessoas seria melhor e justifica com “um deles” que fez mal aos outros, você se lembra do “outro deles” que tenta fazer o bem? Se lembra de que mesmo nas pessoas que pensam em alguns casos como você, algumas fazem aquilo que você não aceita?
  
  Quando você generaliza exclui o fato de cada um ter sua ontogenia. Se para você, por exemplo, religiosos são todos iguais, rejeita que cada um ali tem sua história e mesmo entre si, são muito diferentes. É comum ver por aí pessoas dizendo que a causa de atentados terroristas é a religião e que o mundo seria melhor sem ela, mas não entre na onda de ódio que te impede de raciocinar que há muitos outros religiosos que se comprometem em ajudar pessoas necessitadas, inclusive aquelas acometidas pelos atentados.
  
  Antes de você dividir as pessoas, lembre-se que somos todos humanos. Fazer algo bom ou ruim é muito mais profundo do que seguir aquilo que alguém diz a você. Isso vem de todas as dores e amores que passou conforme cresceu e isso acontece em quaisquer grupos que as pessoas queiram formar.
  Acreditar na violência ou amor é algo inclusive que une as pessoas muitas vezes acima de seus outros grupos sociais, lembre-se bem disso pra que não seja iludido de que os problemas humanos do mundo são todos culpa de um grupo só, quando na verdade são culpa do fato de sermos todos falhos, inclusive você.








5 – Ciência não é isso aí!
  
  Você podia fazer bem suas lições de casa na escola, ler reportagens em sites de notícia e jornais sobre acontecimentos científicos. Pode lembrar da lei da seleção natural ou de todos os discursos de Nietzsche. Isso te deu muito conhecimento sim, mas ciência não é isso aí!
  A ciência tem toda uma metodologia sua para formular e comprovar teorias, seus trabalhos são publicados no meio científico também com toda uma metodologia própria para a publicação. Se você não usa em seus argumentos um artigo em consulta, se não tem a memória boa pra lembrar os detalhes, então abstenha-se de dizer que se guia pela ciência, pois nela todos os detalhes fazem a diferença e sem nem perceber você muitas vezes altera uma pesquisa pra proveito próprio. Se você quer se basear na realidade, então estude e seja comprometido com a ciência além da vontade de querer uns argumentos pra te favorecer.
  
  Ao ler uma reportagem ou algo do tipo é fácil memorizar só os dados que te interessam e moldar o conteúdo. Muitas vezes você acaba atrapalhando quem realmente trabalha pra construir um mundo mais pacífico com o que estuda por destruir a credibilidade deste conteúdo, pois você quer ter razão quando na verdade não tem.
  
  Seja humilde quando lida com as crenças das pessoas, de nada importa a ciência provar que a A é maior que B, se a pessoa precisa de B para si é nele que ela vai se guiar. Até porque a ciência não é a única maneira de lidar com conhecimento no mundo.


6 – Teias de conhecimentos
  
  Você sabia que a ciência é apenas uma modalidade dos saberes? Arte, filosofia, religião, senso comum e outros, são maneiras diferentes de lidar com o conhecimento. Não só citando as modalidades, mas por muitas vezes os conteúdos que cada uma estuda são tão vastos que mesmo estudando uma mesma área por toda a vida, duas pessoas podem tratar de conhecimentos diferentes dos quais uma nunca ouviu falar do tema da outra.

  Quando você se fecha nos pensamentos de apenas um filósofo ou pessoa de influência que seja, você deixa de conhecer contextos e realidades relativas que são constituídas por muito mais conteúdo do que você consegue imaginar. Quando você faz uma viagem, por exemplo, mesmo que a um estado próximo, as pessoas se comportam de maneiras diferentes e acreditam em coisas diferentes num ritmo que normalmente te faz sentir perdido. Quando a viagem é mais longe, para um outro país, outro hemisfério, parecemos entrar em um novo mundo.
  
  Antes de ser parte de um movimento, você é humano, antes de buscar a certeza e a realidade em tudo, lembre-se que só a sua rotina já foge delas todos os dias, que dúvidas são saudáveis pra se motivar, que os mais belos poemas fogem a lógica linear, que os sentimentos muitas vezes são obscuros aos estudiosos, que nos erros nós crescemos mais e que não conhecemos na totalidade nem o funcionamento de um organismo humano, quanto mais de toda a condição existencial do nosso mundo ou da nossa organização.
  Talvez se fechar para novos conteúdos seja algo que te faça passar muito stress desnecessário, raramente você vai se sentir socialmente bem por ser alguém com a mente fechada. Ter suas crenças como algo pessoal e íntimo é saudável, mas isso não quer dizer que elas não podem ser mudadas pra que você cresça. Deixe que esse mundo todo se acomode na sua mente!
 






7 – A diversidade que constrói a beleza do mundo 
  De longe o tópico que eu estava mais ansioso para escrever! Se você quer um motivo maior pra respeitar as pessoas com suas diferenças eu vou te dar um pequeno exercício:

  Da próxima vez que sair de casa repare bem nas coisas a sua volta. Peço que antes de começar, abandone a rabujentisse cotidiana, o vício no que é atraente e polêmico e veja as coisas todas sem apegos no seu ego.
  Olhe para todas as pessoas que passam por você, veja cada rosto único, cada jeito de andar diferente, cada ação que é exercida. Veja as árvores e como cada uma tem pra si seus tons de verde e marrom. Ouça os pássaros, os carros, as crianças e tudo que te cerca. Abrace os amigos que encontrar, descanse nas sombras que puder. Respire fundo nos campos verdes e saboreie um sorvete.
  

  Conheça pessoas diferentes, sorria para estranhos ao invés da habitual encarada carrancuda. Ouça desabafos e desabafe de vez em quando também. De um presente pra quem você gosta e outro pra quem você nem conhece. Divida suas bolachas na fila do médico, pratique mais música, viaje mais!
  




 Veja monumentos feitos pelo homem e maravilhas feitas pela natureza. Veja a maravilha que você mesmo é.



      
  Tudo isso que você vivencia, vivenciou e vai vivenciar é fruto de diferenças. O mundo é construído por pessoas de diferentes crenças, as coisas boas que você aproveita são feitas por pessoas dos mais variados tipos, inclusive as que pensam oposto a você.

  As vezes quando estamos apegados a nossa própria lógica de vida nos esquecemos de ver o que tem de bom em toda nossa rotina. Antes de julgar alguém diferente por fazer mal a você veja bem se não é você mesmo que já perdeu o tato de ver a beleza no cotidiano, de sentir o prazer no fato de estar vivo por mais um dia. Faça valer a pena o que você vive, depois disso duvido muito que você se incomode com os pensamentos de alguém só por serem diferentes.


 Obrigado por ler este texto até aqui. Obrigado por me deixar compartilhar com você o fato de que não somos absolutos no mundo e que ser diferente é natural, além de prazeroso quando você deixa. Eu agradeço a leitura e te desejo muito amor nos dias que estão por vir.

Até o próximo texto! ;D

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Sobre conflitos e ódio



  Tenho visto ultimamente muito conteúdo compartilhado sobre conflitos políticos, religiosos ou seja lá qual o motivo do interesse, e hoje estou aqui para falar sobre eles com vocês.
  
  Quantas vezes você já não viu aí na sua rede social um post acusando religião , ateísmo, pessoas de esquerda, direita, jogos eletrônicos, entre outros, de serem o motivo de algum evento trágico e caótico como uma briga ou guerra?

  Pois bem, espero que depois desse texto nenhum desses conteúdos faça mais sentido na sua cabeça, amigo, pois hoje estou aqui pra lhe dizer o verdadeiro motivo de tanta agressividade, que é a crença maior das pessoas de que a melhor solução dos problemas é a violência.

  Sei que parece chato e bem clichê, mas a questão é bem simples: você não bate naquele que você acredita não precisar apanhar, você não insulta aquele que acredita não precisar ser insultado, você não fere aquele que você acredita não precisar sentir dor. E esse é um grande problema base, a falta de tato das pessoas em saber lidar com a dor e o amor.

  Quando você apanhou alguma vez na sua vida se tornou alguém mais inteligente, alegre e racional, ou simplesmente aprendeu a calar a boca ou revidar? Das vezes que você cresceu por sofrer foi por sentir dor ou pela reflexão que teve depois? Talvez se antes de ser surrado você fosse convidado a usar a inteligência, as coisas não seriam tão dolorosas não é mesmo?

  Somos uma sociedade que cultua guerra até os dias de hoje, desde os extremistas que querem exterminar as diferentes crenças e opiniões, até o *momento cineminha* onde você se compraz com o herói batendo no vilão. Somos impelidos desde jovens a competir e usar a força, física ou intelectual, pra se sobressair sobre quem pode pegar a nossa oportunidade atual ao invés de lidar juntos com escolhas e aumento de oportunidades para mais pessoas. Visto que somos uma sociedade inteligentíssima, isso me parte o coração.

  Não estou dizendo que as dores não são benéficas ao ser, veja bem, mas para fazer com que uma dor tenha valor e seja benéfica, não conheço um ser humano que tenha tanta inteligência quanto a vida de colocar as ocasiões certas nos momentos certos para a reflexão sobre se mudar ser mais atrativa do que a de revidar. Se tivessem essa inteligência organizacional e harmônica, certamente a violência não seria um recurso.

  Não é irônico que o desempenho no vestibular seja melhor nos alunos que competem pela mesma vaga, mas estudam juntos? Não é curiosamente mais pacífico como as coisas são melhores quando os carros que te rodeiam no trânsito estão cooperando com os próprios atos ao invés de acusar os seus? E aquela festinha de fim de ano que você da na rua da sua casa com todos os vizinhos? Bem melhor do que quando você fala mal deles pra outra pessoa não é?

  Somos hoje um povo forte e capaz. Lidamos com as mais diversas dificuldades com soluções inteligentes de maneira que os nossos antigos gênios se sentiriam orgulhosos, qual então a necessidade de se derramar sangue e lágrimas quando já aprendemos a fazer jorrarem os sorrisos? Se você sabe bem como dar um abraço, como se faz uma boa conversa, como se faz um elogio inteligente, qual o motivo de ainda acreditar que vai construir um mundo melhor com tapas e socos, tiros e bombas? Estes últimos não te fazem sofrer loucamente contigo quando acontece com você ou alguém próximo? Então pra que ensina como agir assim pra tantas outras pessoas?

  O mundo não é só daquele que pertence a tal e tal organização ou seita, é de todos nós. Humanos, animais, plantas, fungos, etc. Talvez se parássemos de escolher pessoas para chamar de “nossos” e nos sentíssemos “nossos” todos juntos, sem exceções, o mundo sorriria mais ao raiar o sol do dia seguinte, não é mesmo?

  Só acho que somos juntos sábios o suficiente para deixarmos de ser bárbaros. Não se engane amigo, o mundo que você desfruta é construído também por aquele que você repele em todas as partes. Saber lidar com conflitos é saudável, mas a partir do momento em que o seu próprio organismo entra em conflito consigo talvez você não esteja sabendo administrá-los.

  Então da próxima vez que você tiver vontade de gritar ou bater, pense bem se a melhor solução não seria um simples ato bom ,que pode desgastar o seu ego, mas construir os seus sorrisos.

sábado, 10 de setembro de 2016

Sentimentos dos 20 e poucos anos





  Não lembro de ter passado uma sensação tão agoniante como a de ser alguém com seus 20 e poucos anos. As dependências acabam e as carreiras começam. As pessoas de família querem que você deixe de depender e cresça, mas comece a fazer isso pra ver o turbilhão de apegos que controla eles e você, e bagunça tudo. Os medos crescem e as certezas diminuem e é por isso que hoje vou falar um pouco dessa experiência pra vocês na esperança de ajudar alguém que também passa esse enrosco. Leia com calma, pode ser desconfortável no começo, mas o “plot twist” no meio vai fazer o final te agradar bastante!
  
  Ultimamente eu vejo uma padronização nos sentimentos e nas concepções, nessa fase de crescimento de cada um, que me incomoda um bom tanto, e não digo isso atoa, amiguinhos, esse incômodo vem do fato de eu ser um dos que sofre com esse caso.
  
  Eu cresci sendo uma pessoa sensível e acreditando fortemente em amor, compaixão, amizades, companheirismo e outros bons valores, e talvez por isso seja tão contrastante pra mim o fato de que as orientações e influências para se “crescer” sejam para abandonar esses valores e me tornar uma máquina de competir e acumular.
  
  Hoje me parece que a versatilidade das histórias que eu contava e a pureza que eu tentava colocar nos poemas que eu escrevia devem ficar de lado, me sinto constantemente cobrado por alguém que eu nem ao menos consigo ver, um contexto maior que te envolve e você nem vê de onde veio.
  
  É triste ver como muitos jovens estão confusos no mundo, pois estão entre o sacrifício e o martírio ensinados pela geração anterior, e a busca dos sonhos almejada pela atual. Eu vejo nisso muita confusão, muitas pessoas querendo guiar vidas sem saber guiar, ou ao menos se dedicar em entender com mais profundidade o que é vida.
  
  “Melhor” hoje é algo que parece estar vinculado antes a “mais” do que a “diferente”. São pessoas e mais pessoas que disputam vagas em trabalhos e cursos pra tentar exercer funções em cargos que não querem e usar talentos que não têm, pois seus verdadeiros talentos são desencorajados a despertar. Tentam conseguir “mais” dinheiro para comprar coisas “melhores” quando o que queriam é apenas fazer algo “diferente” dos caminhos de suas vidas.
  
  Triste também  ver as compensações gerais. A falta de tempo se compensa com dinheiro, a falta de afeto com sexo, a de amizades com redes sociais, e a de um bom trabalho com compras. Nenhuma das compensações, porém chega aos pés de te dar aquilo que você almeja e no meio de toda essa lambança, os jovenzinhos continuam a ser impelidos a fazer igual a quem já sofre com isso.
  
  E é por isso que eu venho aqui hoje te dar um pouco daquilo que aprendi pra superar dores como essa, colega. ;)
  
  Perceba que as pessoas não são críticas com você por você agir como age, elas são críticas, pois são críticas e por mais patético que isso pareça, é só um costume e você não devia se deixar atingir por isso.
  
  Entenda que quando começam a ser “adultas” as pessoas estranhamente começam a assumir o fato de que o bem estar delas depende de ouvir isso da boca dos que a cercam, ao invés de sentir isso verdadeiramente desde os pensamentos íntimos até o físico funcional do corpo.
  
  Seja com gosto você em todo o seu ser. Todos os seus “defeitos”, seus bugs, seus descompassos, seja isso pra que você passe a ver sua beleza real com seus olhos e não dos outros e aprenda que seus defeitos talvez não sejam más qualidades, apenas diferentes.
  
  Se expresse, sinta amor, dê tempo para si, não tenha pressa nem medo, seja coragem em cada ato e quando falhar você sempre pode fazer bom uso do que aprendeu.
  
  Abrir mão de si pra ser alguém mais “aceitável” te faz menos aceitável pra si mesmo, e se aceitar é o primeiro passo para se amar, que faz a vida bem melhor independente do contexto. Quanto as pessoas que te criticam, não ligue, elas não vão saber o seu devido valor tão bem quanto você. J
  
  Não caia na armadilha da “vida segura” amigo. Se você quer se tornar alguém genérico pra viver uma vida genérica é bem provável que você desenvolva altos níveis de stress e não consiga esboçar um sorriso com a sua segurança. Não se esqueça que stress destrói sua saúde e que sua saúde destruída significa você destruído. Não se esqueça também que as princesas nas torres estavam seguras do mundo, mas ao mesmo tempo distante dele.
  
  Você é humano, isso significa que é inteligente e adaptável e isso é o que você pode ter de melhor na vida: você mesmo! Viva as dificuldades, os perrengues, os entraves, tropeços e aprenda a lidar com tudo isso pra que as dificuldades sejam algo a se superar ao invés das dificuldades serem você.
  
  Vai fundo no que sente, no que almeja, seja como for a vida você é capaz de seguir em frente independendo das condições.

  Espero ter ajudado com alguma coisa! Agora vai lá e se atira nessa vida! ;D

 

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Não Somos Todos Iguais


  


  Definitivamente não somos. Liberte-se do clichê e mesmo que essa frase te revolte, só leia mais um pouco, talvez você concorde muito comigo.

  Eu cresci num contexto bacana de empatia onde sempre me foi encorajado a me colocar no lugar das pessoas, e de vez em quando nestas práticas surgia está frase peculiar: somos todos iguais.

  Sempre acreditei que a igualdade de direitos é algo necessário para sermos uma sociedade melhor, mas a questão é que a maneira como isso é aplicado, a discrepância entre a teoria e a prática me fizeram entender largamente o quanto não somos nenhum pouco iguais.

  Eu, por exemplo, tive uma infância e adolescência regadas de muita depressão, obesidade, baixa auto-estima e nos extremos até pensamentos suicidas. Enquanto isso, compartilhando convivências comigo conheci pessoas cujo este contexto nunca foi um problema, porém sofriam com baixa renda, moravam em lugares com alto risco de violência e a crença popular de que eles não podiam conquistar as coisas em que sempre me foi dito que eu poderia; além de várias outras pessoas que enfrentaram diversos outros contextos em suas vidas também.

  Com o tempo, eu e essas outras pessoas aprendemos a lidar com os nossos problemas e conforme superamos, independente de hoje sermos capazes de realizarmos as mesmas coisas, nossas bagagens são diferentes! Absurdamente diferentes! São crenças, sentimentos, linhas de raciocínio que são para mim o que não são para o joãozinho, por exemplo, e vice-versa.

  Não se deixe levar pela falsa noção de que o fato de eu e o joãzinho termos entrado na mesma faculdade e cursado o mesmo curso nós somos iguais, você está sendo superficial e preconceituoso no sentido mais literal desta palavra. As ferramentas que temos, herdadas das tristezas que sofremos e as alegrias que desfrutamos, são diferentes pra cada um e nenhum de nós dois deve ser obrigado a abrir mão de si para ser igual ao outro, muito pelo contrário.

  Respeite as cargas de cada um, os tesouros que cada pessoa carrega consigo. Ouça, converse, valorize, pois sempre há um grande aprendizado com as experiências de cada um e isso é algo bom que só é possível pois somos absurdamente diferentes um do outro.

  Não confunda a capacidade de se colocar no lugar de alguém, com a igualdade de ontogenia de cada um. Você pode até entender pela lógica os porquês que movem cada pessoa, mas saber quão forte são os sentimentos e crenças que a regem está longe de ser algo comum para nós humaninhos nos dias de hoje.

  Hoje eu entendo que a congruência de uma teoria ou lei pautada na igualdade só é possível se esta igualdade for feita em cima das particularidades relativas de cada um, de um contexto onde se compreende que mesmo quando os dados da folha de inscrição do vestibular são iguais, os indivíduos são em muito diferentes.

  Quem sabe você mesmo aí não está abrindo mão de toda a sua carga pra tentar ser “mais um no mundo”?


  Por isso digo, fuja dos conceitos generalizadores, abrace a oportunidade de conhecer um mundo diferente em cada pessoa que você conhece. Talvez te faça muito bem!

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Um excerto sobre depressão

                  

  Hoje venho aqui falar de depressão. Sinceramente tenho mil e uma fontes pra falar sobre o assunto: tive casos em família, li livros e artigos sobre, e além disso sendo estudante de psicologia o acesso ao conteúdo é bem fácil. Seria legal contar todos os detalhes técnicos sobre a depressão, porém hoje o que eu quero contar aqui é a experiência pessoal que eu tive com este transtorno.

 Depressão não é algo fácil de lidar quando você tem. Estar depressivo é estar sem energias, nem mesmo pra recuperar energias. A sensação de constante falta é autossustentável e torturante, porém nem ânimo pra agonizar eu consegui ter nesses momentos. Obviamente, hoje eu não poderia sentir algo pela doença a não ser gratidão.

 Espere... o que? Sim, você não leu errado. Hoje depois de muito superar e titubear entre crises depressivas diagnosticadas e não diagnosticadas eu digo de bom coração que eu me construí fantasticamente ao superar toda essa tormenta emocional.

 A depressão pra mim acabou por se tornar um grande mestre. Fui surrado mil vezes: sofri, chorei, tive dores, mas só tive capacidade de entender a beneficência da coisa toda quando ao apanhar pela milésima primeira vez eu mal senti os golpes. Teve em mim o efeito das mil broncas que tomamos quando pequenos, mas que só entendemos o verdadeiro valor quando somos adultos a educar suas próprias crianças.

 Eu achava que era uma doença que me atacava e me destruía, mas hoje entendo que quem me destruía era eu mesmo, e que sentir culpa, medo, raiva e tristeza em demasia era uma reação natural do meu ser às minhas atitudes, e por dar a devida atenção a essa reação hoje eu me sinto alguém consideravelmente maior.

 Tive culpa em abandonar pessoas que eu gostava quando as via tomar um mal caminho e eu não podia acompanhar, medo de vê-las sofrer, medo de magoar as pessoas que eu amava e de que elas não pudessem me acompanhar em meus caminhos também. Sei que posso me perder na contagem das vezes que me distanciei de mim por outras pessoas, momentos, crenças e desconhecimentos e a cada pequeno passo desses eu me sentia pior. No começo você não entende o que é, o que está acontecendo e continua caminhando em espinhos até que chega uma hora em que suas pernas estão danificadas o suficiente pra não conseguir nem mais levantar.

 Esses dias vi na internet uma imagem comparativa das áreas com atividades saudáveis num cérebro normal e num cérebro depressivo, onde são poucas as áreas destacáveis no depressivo. Acho que isso resume muito da sensação de estar inerte e morrendo por dentro, de não ter mais autenticidade nas atitudes, de não conseguir mais ser funcional como era antes. O mais interessante é que as partes ativas no cérebro normal também demonstram muito da sensação de superar uma crise e se sentir novo, cheio de energias e disposição, inspirado e capaz de conquistar o mundo.

 Com todo esse mar de melancolias eu acabei aprendendo a gostar mais de mim mesmo, e é incrível o fato de aprender um costume saudável assim como última opção. Não olhava para mim, porém nos meus momentos mais baixos eu me abri a todos os tipos de ajuda e foi aí que aprendi a dar mais valor a mim mesmo. Descobri que depressão é falta de amor-próprio, é falta de autonomia em escrever a própria vida e eu venci essas faltas quando comecei a olhar mais para as minhas necessidades e vontades, depender menos do julgamento das pessoas e principalmente (e maravilhosamente) sonhar. Não aquele sonho das 3 da madrugada quando você baba no travesseiro e ronca, mas aquele sonho acordado gostoso de imaginar o futuro como você mais gostaria e não deixar nada te impedir de ir atrás disso.

 Por favor, não me entenda errado, não precisei ser rude, rancoroso, cretino ou qualquer característica danosa aos outros que caiba aí pra me dar mais valor, não é sobre se defender do que pode destruir a sua muralha, mas é tomar vergonha na cara gorda, parar de construir a muralha como uma digna mureta de madeirinhas e começar a construir uma fortaleza sustentável imponente o suficiente pra você continuar sorrindo para as pessoas que a atacam de fora, conquistá-las sem um pingo de violência e trazê-las para dentro para aprenderem a construir suas fortalezas também com toda a gentileza.

 Hoje sou grato pelas dores que tive, pelos sufocos que passei, por todos os medos que me fizeram brotar a coragem, por todas as ansiedades que me geraram a calma, por todas as tristezas que me ensinaram a sorrir e por todas as raivas que me ensinaram a aceitar a vida como ela é, e que mesmo sendo como ela é tem espaço pra tudo que desejo.

 Por isso eu termino este texto desejando a você que tem depressão que abrace suas dores pra que descubra a melhor versão de você mesmo aí dentro, pra que sorria com a força de mil sóis (tipo aqueles de verão no rio de janeiro) e que descubra dentro de si que o mesmo potencial humano para ficar triste, pode ser um ainda maior potencial para ser feliz.

Obrigado!

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Um excerto sobre família


  Mesmo que jovem, já tive nesta vida a experiência de conhecer e conviver com diversas famílias. Nesses convívios com n pessoas de n lugares pude aprender um pouco sobre o que é construir um elo forte entre os integrantes de um mesmo lar, ou de um mesmo grupo.
  
  Aprendi nestes anos que família vai além de laços criados por sangue e lei, vi famílias formadas por grupos de amigos, jovens amantes, profissionais de trabalho e estudantes de um mesmo curso além da tradicional formada por pais e filhos, avós, primos e tios.
  
  Entendi que família são pessoas que estão juntas por um mesmo objetivo, e que a mais bela família é aquela que está junta pelo objetivo de estar junta. Entendi que o amor que une as pessoas é construído com esforço nas horas difíceis e risos nas horas boas, e que pessoas perfeitas que se unem e formam um elo forte simplesmente por existir é uma lenda quase que folclórica.
  
  Vi pessoas se esforçando pra ver o sofrimento dos seus companheiros passar quando parecia que nada mais valia a pena; vi também pessoas cobrarem de seus parceiros um apoio que nem sempre eles podem ou querem dar. Consegue adivinhar quem foi mais feliz? Quem riu mais? Abraçou mais? Foi mais alegre?
  
  Eu aprendi com essa vida quase que num tango que família saudável é algo que se constrói com a iniciativa de sorrir quando o clima está meio nublado, com a coragem de dizer a verdade quando as mentiras são muito mais confortáveis, com a paciência de se surpreender a cada dia com um pequeno defeito e finalmente com a persistência de tentar e tentar até brotar o amor.

  Eu aprendi com a vida num tango mais bonito que o último que a iniciativa de sorrir um dia se torna natural, que a coragem dá lugar ao convite de ser sincero, que a paciência vira a alegria de se conviver com algo de maior nos companheiros a cada dia, e que a persistência de tentar vira a satisfação de conseguir!
  
  Nenhum bom elo é construído com ociosidade e reclamações, com rancor e desistência. Com isso não dá pra fazer uma boa vida nem para si só, quanto mais a dois, três, quatro... E aí daqueles que se garantem “sozinhos”, crentes com todas as forças de que não precisam de ninguém, com a dádiva de ter o tempo infinito pra se fazer amigos, amores, filhos e até netos, gastando todas as oportunidades com redes sociais e televisão, afinal, como se aproveita um riso se ele é só para si? Como se faz e recebe um cafuné sozinho? Como se chora num ombro e acolhe outro por si só?

    Eu aprendi nessa vida aqui que tem poucas pessoas que sabem o verdadeiro valor de se cultivar uma família, e aprendi melhor ainda o quanto sou privilegiado de ter aprendido com várias dessas poucas que o esforço vale a pena.

  
  E obrigado a você que dedicou um tempo para ler esse texto meu. Até o próximo!