sábado, 22 de agosto de 2009

A criatura

Olá leitores /o/, hoje eu estou postando a primeira historia que eu escrevi ^^ Espero que gostem, continuação em breve o/



“A criatura que aqui dentro habita não agüenta mais, farejando esperançosa o ar, esperando o momento certo para se libertar da jaula que sempre a impôs limites, esperando a hora de finalmente descobrir o que significa “liberdade”!”
Aos poucos ela lembra porque sempre esteve ali, trancafiada, rejeitada, ignorada... Lembra da vida quando era livre,e então, abaixa a cabeça, e começa a refletir, será esse o momento certo para sair desta jaula?Era uma criatura má, que não se importava com os outros, que só valorizava a si mesma, e que não guardava magoas para si, dizia o que queria na hora em que queria.
E então, aos poucos, ela foi parando para reparar no mundo ao seu redor, as pessoas pareciam não gostar dela, as pessoas se afastavam, os animais fugiam, o mundo se distanciava, e aos poucos, percebeu que as pessoas temiam a sua presença, temiam conviver ao seu lado, e só uns poucos tinham coragem para permanecer consigo, oferecendo ajuda.
Mas ela não era má porque queria, não era sua vontade, ela apenas havia nascido assim, e estava cansada, então tomou a decisão que a mudaria para sempre, se trancafiou, com a intenção de nunca mais sair daquela jaula.
E o tempo passou. Nos primeiros dias a jaula parecia realmente incômoda, insuportável, inútil, as pessoas continuavam a evitá-la, mas ela permaneceu forte e decidida, e não saiu dali.
O tempo continuou a passar, e ao mesmo tempo em que as pessoas percebiam que ela não era mais uma ameaça, ela percebeu que a jaula realmente a ajudava, e esta jaula já não parecia tão insuportável, agora estava levemente agradável.
E um dia, a porta se destrancou, sozinha, mas a criatura estava decidida a permanecer ali, porém a medida que se passavam os dias, a criatura percebia que certas pessoas abusavam de sua condição, com a doce ilusão de que a jaula estava realmente trancafiada, e de que a criatura não era mais uma ameaça em potencial, mas ela sabia, sabia que era uma ameaça sim, sabia que poderia se libertar a qualquer hora.E então ela se levantou, algumas pessoas diante a jaula recuaram, e ela começou a caminhar lentamente em direção a porta, as presas a mostra, as garras preparadas para atacar, o olhar flamejante em direção àqueles que abusavam dela ali, porém quando ela estava prestes a abrir a porta, olhou além das pessoas as quais ela estava com tanto ódio, e viu, para sua surpresa, uma indefesa criança, brincando distraída com algumas flores em um canteiro.A criatura rapidamente recuou, olhou ao seu redor envergonhada, e se deitou exatamente onde estava, olhando entre as barras de sua jaula, mas agora estava diferente, não estava mais olhando fixamente para aquelas pessoas indesejáveis com um profundo impulso assassino, um sentimento agressivo. Não, agora ela tinha um olhar vago, distraída, triste.
Ela havia percebido o que quase havia feito, estava muito confusa, e se atacasse a criança por engano? Será mesmo, que depois de tanto tempo aprisionada, ela conseguiria se controlar, e apenas espantar as pessoas de perto, sem atacar ninguém?
A criatura repousou a cabeça, e decidiu: se tudo voltaria a ser como antes, se todos fossem se afastar novamente, se todos fossem temê-la de novo, ela não iria mais sair dali, e chegou a conclusão de que, ela poderia estar sozinha no fundo da jaula, porém com várias pessoas ao seu redor, e sendo assim aprenderia muito mais observando-as, do que se estivesse vagando em um imenso mundo afora, isolada de tudo.
A vontade era imensamente cruel, mas ela não se entregaria a tentação, resistiria como a forte criatura que sempre foi, e quem sabe um dia, ela poderia aprender como se controlar, e finalmente se libertar dali, sem se preocupar em repelir a vida ao seu redor.

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