terça-feira, 27 de outubro de 2009

Esperança

Olá leitores! Venho postar hoje um texto magnífico para você! Heheh
Boa leitura ^^



Ele andava lentamente, a respiração ofegava, o suor o encharcava inteiro e as solas dos pés ardiam latejantes. Lucas caminhara por várias horas naquele complexo de cavernas e a cada gruta que ele atravessava maior ficava o lugar, mais distante parecia a saída e menos se intensificava o brilho da mínima centelha de esperança que ainda restava dentro de si.
O corpo jovem sofria com as passagens estreitas, o sangue escorria dos braços arranhados nas paredes tingindo a camiseta e a mochila, que agora parecia pesar uma tonelada em seus ombros. Pequenas linhas paralelas de metal seguiam os corredores despertando sua curiosidade. Elas aparentavam algum vestígio de civilização. Mas seria essa uma civilização hostil ou amigável?
Após mais alguns minutos Lucas chegou a um saguão. Era enorme. Tinha o formato de uma cúpula e uma grande abertura circular no teto, muito alto para seu descontentamento. Um altar se postava do outro lado do saguão e havia um monte de cinzas ao pé do altar. Haviam também tochas apagadas por todo o lugar, nas paredes, suspensas no teto ou sobe tripés no chão, mas a única luz ali era o luar.
Ele se virou e observou a parede onde as estranhas linhas metálicas se encontravam formando a figura de uma ave, seria algum tipo de adoração? Enquanto ele fitava a imagem curioso, uma fraca luz laranja refletiu no metal e foi se intensificando. Ele se virou e se surpreendeu ao ver uma chama brotando das cinzas.
A chama se intensificou com a força de uma explosão, o saguão anteriormente gelado se aqueceu instantaneamente. As cinzas foram consumidas pelo fogo, que agora queimava de tal modo que o calor era insuportável e sua luz quase cegava o garoto.
Por entre os braços que protegiam o rosto ele viu de relance uma pluma avermelhada cair lentamente aos seus pés, e assim que ela tocou o chão, o fogo cessou. Ele olhou ao redor aturdido, e então voltou sua visão ao altar, ficando perplexo com o que viu.
Ali imóvel estava a ave mais bela que ele já vira. Tinha penas laranjas num tom forte, que ao bater da mais leve brisa, se ressaltavam com um brilho dourado magnífico. A Cauda era comprida e ao longo dela as penas mudavam de laranja para vermelho, até a sua ponta. Seu bico era laranja claro como as patas, e a íris de seus olhos, assim como a crista, pareciam feitos de ouro puro. Ela se destacava facilmente no ambiente rústico, e não se movia, mas ainda sim, esbanjava tanta vida, que era impossível de confundi-la com uma estátua.
A majestosa Fênix olhou vagarosamente para o salão, então pôs se a cantar. Era a uma melodia estonteante, não havia sequer um único som que pudesse comparar a aquele canto, um som relaxante, perfeito.
As tochas foram se acendendo, uma a uma, vagarosamente. Pareciam se acender pelo poder de seu canto. O fogo iluminou o local e refletiu na cauda carmim vítrea da ave, a cena era inigualável.
O pássaro parou de cantar e olhou caridosamente para o garoto. Ele olhou curioso para a ave, que parecia possuir uma aura flamejante, mas não tinha medo dela, percebeu que não era uma ameaça, era um ser dócil. Eles se fitaram por alguns segundos e então ela recomeçou a cantar.
Cantava agora em um tom mais agudo, a melodia mudara completamente, e o que parecia impossível, era mais bela que a primeira canção.
Repentinamente, as finas linhas de metal de um corredor a direita começaram a se iluminar, como ferro em brasa. Ela então parou de cantar e olhou o garoto, ele olhou duvidoso, se perguntando se as linhas incandescentes levariam a saída. A fênix simplesmente assentiu bondosamente com a cabeça, e não havia mais nada de que pudesse duvidar.
Ele se adiantou uns passos a frente e disse meio rouco:- Obrigado... A fênix piou, como quem estava agradecendo. Ele então andou até o corredor, olhou para trás e agradeceu mais uma vez, o pássaro apenas piscou. Ele continuou seguindo pelo corredor, e quando ele havia se distanciado um pouco do salão, olhou para trás novamente em direção ao altar que aparecia pela porta, mas a fênix não estava mais lá. Havia uma pequena chama em seu lugar, e cinzas a sua frente. Ela voltara a descansar e ele ia embora, agora cheio de esperança...

“E na menor das gotas do inacreditável que se encontra a fé que leva ao mais vasto dos oceanos de esperança...”

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