segunda-feira, 19 de outubro de 2009

O começo de uma eternidade

Oláa Leitores! Hoje eu vou postar mais um texto pra vocês ^^ Boa leitura!


“O fim não é nada além de um novo início...”

Daniel era um homem de poucos amigos, era egocêntrico, mesquinho, arrogante, ignorante e certas vezes chegava a ser cruel. Mas naquela manhã algo soava estranho, o ambiente estava esquisito, de um jeito, prazerosamente estranho.
Ele ainda estava sentado em sua cama, distante, reflexivo quando o canto dos pássaros em seu jardim o chamou de volta a realidade, ele se levantou lentamente, com um olhar vago, como se tentasse compreender algo; e enquanto se levantava se sentiu anormalmente leve.
Ele saiu do quarto e desceu as escadas em direção a cozinha, no meio do caminho ele parou para observar o nascer do sol pela janela da sala, e começou a se questionar, nunca havia feito esse tipo de coisa antes, e então ele seguiu para a cozinha.
Chegando à cozinha, ele automaticamente se dirigiu à geladeira para pegar a caixa de leite, mas o canto dos pássaros o atraiu para o jardim. Ele abriu a porta e ele se sentiu novo, mais vivo do que nunca. Vivo... Essa palavra soou em sua mente como se ela estivesse muito distante de sua realidade. Ele caminhou até o canteiro de rosas, e ficou ali, a admirar as flores, então ele percebeu que os pássaros estavam se aproximando cada vez mais dele, mas dessa vez, ele não sentiu vontade de espantá-los como fazia sempre, pelo contrário, ele sentiu até certo prazer na companhia das criaturinhas. Ele não descobriu porque estava tudo diferente, ele não estava preocupado com seus negócios e assuntos a tratar como de costume, ele havia passado dias com medo de um tumor que havia se desenvolvido em seu cérebro a pouco tempo, contava os dias desesperado até a cirurgia, mas agora ele nem ligava para isso. Ele fitou o relógio da cozinha pela porta entreaberta e se deu conta de que estava atrasado, ao invés de tomar café ele foi direto ao quarto se trocar, queria chegar na hora ao trabalho. Quando Daniel chegou no quarto ele se assustou, havia um homem deitado em sua cama, ele observou nervoso, e após o susto, ele percebeu algo familiar, e foi aí que seu coração realmente disparou. Era ele. Daniel estava vendo a si mesmo ali, em sua cama, dormindo tranquilamente. Mas então tudo se esclareceu instantaneamente em sua mente, como se alguém tivesse ligado o interruptor. Não era ele, era seu corpo. Tudo lhe fez sentido, ele não estava dormindo ali, agora que prestava atenção, o movimento da respiração era inexistente, ele não estava delirando, estava morto.
Ele percebeu que seus pés não tocavam o chão, ele não estava mais preocupado com o tumor cerebral, não estava mais com medo de que ele o matasse, porque ele já havia feito o serviço. Daniel fitou o infinito, agora tudo havia acabado, pensou, e refletiu por alguns momentos.
Não, não era o fim, após refletir por alguns minutos de sabedoria, ele percebeu que não era o fim de tudo, não estava acabado, estava apenas começando, a morte não fora o fim de sua vida, mas sim o começo da segunda etapa da mesma. E enquanto pensava, uma luz branco-azulada brilhou forte pela janela, ela o cegaria se ele estivesse vivo, mas ele não teve que se dar o trabalho nem de proteger os olhos, a luz era algo bom, era seu vínculo com o outro mundo, seu passaporte, e Daniel percebeu que era hora de partir, ele andou através da luz, e se foi.

Nenhum comentário:

Postar um comentário