segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Imortais

Olá leitores! Bom, depois de um período estremamente longo, eu voltei com um texto novinho para vocês o/ ^^
Desculpem a demora e boa leitura ^^




Ele ouvia uma sirene distante, quase não tinha consciência e sua visão estava muito limitada. Sentia dores agudas por todo o corpo, não sentia mais nada além disso. As dores variavam, algumas como ferro em brasa, outras como lâminas perfurando sua pele, mas não o incomodava, já estava até habituado a isso, e era uma questão de tempo até os enfermeiros descobrirem que ajuda médica era completamente inútil para ele.
Pelas pálpebras entreabertas ele via um vulto branco que repetia preocupadamente:
- Tente ficar acordado senhor!”
Outras vozes conversavam ao lado mas sua pequena distância já era suficiente para não serem distinguidas. O balanço do plano onde estava deitado lhe aparentavam estar em um veículo, provavelmente uma ambulância. Ele se incomodou com o liquido espalhado pelo seu colchão, até perceber que era sangue. Seu sangue.

Ele sangrava muito e era o único dentro do veículo que não estava surpreso por ainda estar vivo, os ferimentos iam dos pés a cabeça, de queimaduras, a cortes e hematomas. Cada centímetro do seu corpo parecia ostentar um ferimento. Mas ainda sim ele parecia fazer pouco caso da situação, só queria um lugar para descansar e se recuperar em paz.

A ambulância ia veloz pelas ruas até chegar ao hospital. Ele rapidamente foi retirado do veículo e transportado para a sala de cirurgia numa maca. Os cirurgiões se alarmaram ao ver seu estado, e começaram rapidamente a tratar os machucados.

Já se passavam mais de duas horas no centro cirúrgico quando um doutor disse:
- É minha impressão, ou essas cicatrizes aqui são recentes?
- Quais cicatrizes?... Nossa!
Então os 6 médicos que trabalhavam em conjunto começaram a reparar que haviam várias cicatrizes recentes em seu corpo, e o número de ferimentos diminuíra bastante, mas a surpresa foi ao ver que a maioria dessas cicatrizes ainda continham os pontos aplicados.

- Mas... Impossível! Nós mal demos pontos nesses ferimentos, como já fecharam!?

Então o paciente abriu os olhos. Ele se sentou calmamente e olhou ao redor, se divertiu com o olhar assustado dos médicos. Ele afastou a mão da doutora que o segurava e se levantou da maca, seu sangue não escorria mais, as queimaduras não pareciam tão graves e os cortes tão profundos.
Foi aí que ele relaxou e fechou os olhos. A sala começou a esquentar, sua pele adquiriu um tom vermelho reluzente, e por seus lábios entreabertos começou a sair uma fumaça negra, e a medida em que a fumaça aumentava, seus ferimentos se fechavam mais rápido. Daí ele abriu os olhos, sua pele estava perfeita, ele sorria como se nada houvesse acontecido.

Ele olhou ao redor e perguntou por suas roupas. A doutora pegou seus pertences e caminhou lentamente até ele, ainda desconfiada, então estendeu as mãos e os entregou lentamente, e conseguiu ler uma pequena plaqueta de metal em cima de sua camisa:
“Johnny Phoenix – N° 00037”

Ele se vestiu, dirigiu-se a porta e antes de sair disse:
- Eu os aconselharia a não dizer nada do que aconteceu aqui para ninguém, pois não é a minha vida que correria risco com isso, é a de vocês... E obrigado pelo tratamento.
Então ele saiu sem deixar nada para trás.

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