Eva
Havia uma garota gentil que morava numa cidade metropolitana com toques de campo. Ela era luminosa, mas seu coração passava por dificuldades.
Tinha sonhos, desejos e vontades;
inspirações, ideias e planos; mas a força ultimamente estava fraca.
Era uma daquelas tardes de sol com
poucas nuvens, onde a luminosidade oscila devagar como uma criança que estuda a
luz do dia regulando-a com a mão suspensa sobre os olhos. Ela tinha a cabeça baixa apoiada no
braço, apoiado no joelho curvo, sentada no canto mais bagunçado do seu quarto.
Os pensamentos todos, questionadores, depressivos e motivadores, repassados
várias vezes, mas o sol ainda se encobria de nuvens passageiras.
Será mesmo que a vida era pouca assim? Será mesmo que as pessoas não a compreendiam? Tudo que acontecia em sua vida agora era normal? Inspirou e expirou profundamente.
O sol deu uma espiadela pela borda da nuvem em que se abrigava, uma mão firme segurou o rosto da menina e o levantou.
- Qualé em?!
Será mesmo que a vida era pouca assim? Será mesmo que as pessoas não a compreendiam? Tudo que acontecia em sua vida agora era normal? Inspirou e expirou profundamente.
O sol deu uma espiadela pela borda da nuvem em que se abrigava, uma mão firme segurou o rosto da menina e o levantou.
- Qualé em?!
O ato pouco delicado
veio de uma mulher. Estava ajoelhada na frente da garota, com suas pernas
fortes e shorts confortáveis, junto a uma camiseta regata larga semicoberta por
uma cachoeira de cabelos castanhos longos e volumosos. A mão que puxou seu
rosto vestia uma luva de couro preta que não cobria os dedos, a outra mão tinha
um anel prata pesado no dedo indicador.
- Que aconteceu agora? Família, estudos, relacionamento...? Que
é que está fazendo você não enxergar suas forças dessa vez?
- Que? Mas quem é você? – disse a garota, ainda sem entender
direito o que estava acontecendo.
- Vai, senta aqui. – disse a mulher, sentando na beira da
cama.
- Mas, ué? Como assim, você...
- SENTA AQUI! – Bradou firme.
A garota sentou ao
lado dela, não sabia quem era aquela doida, mas pelo coração achou que podia
confiar.
- Tá bom... - continuou a mulher – Vou ser direta, não tenho
muito tempo pra mimimi.
Eu vivo num lugar muito curioso, varia muito. As vezes quente, as vezes frio; as vezes aumenta, as vezes diminui; as vezes enche ou esvazia, e por aí vai. Dali, porém, tenho uma bela vista sempre. Vejo, durante meus dias, paisagens maravilhosas, abismos profundos, vida alegre, tempestades de fogo e gelo, vejo atos de coragem, mas as vezes covardia também, vejo brigas, amor, sorrisos, choros, conquistas, perdas, mas sempre há algo pra se ver depois, sempre!
Pela sua cara acho que você não está entendendo bem, mas essa gama de coisas são você! Moro aí dentro! - disse, apontando para o peito da garota.
A menina ficou quieta. Difícil achar o que dizer numa situação dessas, então se contentou em ouvir.
- Olha, já vi você sofrer mil vezes e ser forte depois. Acho que você carrega sabedoria de vida suficiente pra superar o que passa agora. Vamos lá, mulher!
Deixe as pessoas chorarem pelos seus próprios sofrimentos, para que cresçam. Não corra para pedir abrigo em fortalezas que são mais frágeis que a sua própria. Saiba se enxergar. Digo, pelos SEUS olhos. Não gaste-se se alimentando de emoções desnecessárias, não se cobre tanto. Você é mais forte que tudo isso, levante e lute! Se ame!
É uma garota talentosa, pare de agir com menos do que você anseia.
A garota ainda quieta observou ela se levantar, tinha vergonha, mas podia entender claramente o que ela dizia, afinal era tudo verdade.
Eu vivo num lugar muito curioso, varia muito. As vezes quente, as vezes frio; as vezes aumenta, as vezes diminui; as vezes enche ou esvazia, e por aí vai. Dali, porém, tenho uma bela vista sempre. Vejo, durante meus dias, paisagens maravilhosas, abismos profundos, vida alegre, tempestades de fogo e gelo, vejo atos de coragem, mas as vezes covardia também, vejo brigas, amor, sorrisos, choros, conquistas, perdas, mas sempre há algo pra se ver depois, sempre!
Pela sua cara acho que você não está entendendo bem, mas essa gama de coisas são você! Moro aí dentro! - disse, apontando para o peito da garota.
A menina ficou quieta. Difícil achar o que dizer numa situação dessas, então se contentou em ouvir.
- Olha, já vi você sofrer mil vezes e ser forte depois. Acho que você carrega sabedoria de vida suficiente pra superar o que passa agora. Vamos lá, mulher!
Deixe as pessoas chorarem pelos seus próprios sofrimentos, para que cresçam. Não corra para pedir abrigo em fortalezas que são mais frágeis que a sua própria. Saiba se enxergar. Digo, pelos SEUS olhos. Não gaste-se se alimentando de emoções desnecessárias, não se cobre tanto. Você é mais forte que tudo isso, levante e lute! Se ame!
É uma garota talentosa, pare de agir com menos do que você anseia.
A garota ainda quieta observou ela se levantar, tinha vergonha, mas podia entender claramente o que ela dizia, afinal era tudo verdade.
- Mas agora preciso ir. Sei que é cedo mas tenho meus afazeres. Sabe onde me encontrar, se precisar, fique à vontade. – E disse isso dando uma piscadela.
- Ok... ?
- Até a próxima, então. Tchau! – E dizendo isso saiu pela
porta do quarto.
A garota, ainda meio perdida, se sentiu aliviada. O peito cheio de energia e uma ligeira culpa que já ia passar, ela se levantou firme e foi seguir seu coração.
Obviamente o sol já não se escondia
mais.
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