sábado, 10 de outubro de 2009

Sarah

Olá leitores /o/
Depois de bastante tempo sem postar eu venho aqui com mais um texto para vocês ^^ Boa leitura!



"E com o tempo ela ia desistindo de tudo, da escola, dos amigos, da família, da rotina, de viver! Agora tudo parecia dar errado e que nunca mais a vida ia voltar a ser boa como era antes..."
Sarah era uma garota muito simpática, era adorada por todos que a conheciam, tinha ótimos amigos, uma família gentil e apoiadora, morava em um ótimo lugar; tinha uma vida muito boa.
Desde pequena ela era uma garota feliz, adorava tudo que tinha, todos em sua vida, e adorava acima de tudo, a si mesma. Mas já fazia algum tempo que Sarah andava estranhando tudo a sua volta, confusa com o que estava acontecendo.
A alguns dias tudo estava ficando mais distante dela, as pessoas não conversavam com ela animadamente como de costume, a família não a escutava com tanta freqüência como antes, não tinha mais boas noticias, pelo menos aparentava estar assim.
Agora Sarah passava cada vez mais tempo refletindo sobre isso, tentando descobrir o que estava fazendo as pessoas agirem assim, e agora ela não tinha mais dúvida, era certeza, de que aos poucos tudo estava se tornando mais e mais distante dela.
E então ela se deu conta, de que a razão de tudo aquilo, poderia ser algo de que ela nunca havia desconfiado, mas era a hipótese que parecia mais adequada, quase óbvia. Ela.
E se as pessoas nunca tivessem gostado dela, só não reclamavam, ou eram legais com ela, para não magoá-la? E se o simples motivo de uma vida que era aparentemente boa fosse a compaixão dos outros, pena dela, em saber que ela era uma pessoa extremamente desagradável, e não se dava conta disso? Ela passou, e repassou isso várias vezes mentalmente, e cada vez que tornava a pensar no assunto, ela se convencia mais um pouco de que sua teoria estava certa.
E passado algum tempo Sarah já estava definhando, ela estava convencida de que todos a odiavam, sentiam repulsa, aversão por ela, e quando ela pensava nisso, lágrimas silenciosas saltavam de seus olhos, e passavam despercebidas, do mesmo modo como Sarah acreditava estar agora.
E em pouco tempo isso foi consumindo a garota, pensamentos cada vez mais obscuros se passavam por sua mente agora, ela não olhava mais para uma faca, uma corda, do topo de um lugar alto, sem pensar que aquilo era um possível candidato para aliviar seu sofrimento.
E foi em uma noite, que tudo mudou.
Sarah estava prestes a dormir, havia acabado de apagar a luz, quando seu dedo escorregou do interruptor e acendeu a luz acidentalmente, e quando foi apagá-la de novo, reparou que havia alguém mais em seu quarto, mas ela não se assustou. Ela se virou e viu, ali parada em sua frente, uma mulher, que ela nunca havia visto, uma mulher muito bonita, com um longo vestido branco, o cabelo castanho ia até os ombros, e agora Sarah dava conta de que não estava sentindo aquele desespero que havia se tornado rotineiro, para sua surpresa, ela estava calma, e o ambiente estava estranhamente agradável.
A mulher sorriu, Sarah retribuiu o sorriso, e perguntou quem ela era, a mulher só respondeu que seu nome era Amélia, e lhe disse que reparou que algo estava errado com Sarah, e queria saber o que era.
Apesar de Sarah nunca ter visto ela antes, não hesitou, e contou tudo que estava sentindo ultimamente, seus pensamentos, e como as pessoas estavam agindo com ela, e Amélia lhe disse que nada disso fazia sentido, todos continuavam a adorá-la, e que tudo estava exatamente igual, mas o que estava errado, eram seus pensamentos que cada vez mais ficavam mais sombrios, e lhe disse, para ter esperança de que tudo voltaria a ser como antes.
Esperança. Essa palavra ecoou na mente de Sarah, como a melodia de uma flauta, que ecoa suavemente em uma ampla caverna, e fez algo dentro de Sarah despertar, como uma faísca que acende uma fogueira, e sem se dar conta, Sarah adormeceu.
Quando acordou no dia seguinte, Sarah demorou alguns segundos para se lembrar do que havia acontecido noite passada. Ela não sabia se aquilo era concreto, ou foi só um sonho, mas agora tudo estava diferente, o dia parecia mais agradável.
E aos poucos a vida de Sarah foi voltando ao normal, boa como era antes, e alguns dias depois, Sarah nem se lembrava do que havia acontecido, e como ela havia se sentido mal por um tempo.
Anos depois, Sarah havia se tornado uma mulher muito bem-sucedida, era uma mulher linda, tinha o emprego perfeito, uma família invejável, e nada para se queixar, e sua vida continuou assim até o fim. “A esperança é a escada que te levará ao topo...”

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