sábado, 14 de novembro de 2009

Os Elementais - Capitulo 1

Oeee leitores, já faz bem um tempinho que eu não posto né? Por isso hoje eu decidi iniciar uma nova coleção aqui no blog, o primeiro capitulo d'Os elementais =D
E o proximo post vai ser o quarto capitulo da criatura!! Espero que gostem ^^


Compaixão


A praia era deserta, a areia alvíssima não se movia, não havia vento. A água azul safira cristalina refletia o céu ensolarado e sem nuvens como a superfície de um espelho. Não haviam plantas e o único sinal de vida era um pequeno falcão que planava bobamente perto ao sol. A água se estendia ao horizonte e a areia branca a imitava se estendendo ao outro. Era silencioso e tranqüilo. Um pequeno vulto apareceu ao longe, se aproximando cada vez mais.
Era um homem, ele estranhamente trajava preto, uma camiseta e uma calça simples, tinha ataduras envolvendo os antebraços e as canelas e luvas de couro que deixavam os dedos amostra, porém ia descalço. Tinha várias cicatrizes e uma em seu rosto, um corte profundo na bochecha, despertava curiosidade. Parecia um lutador.
Ele parou de andar por um instante e olhou para cima a procura de algo. Estendeu o braço e então gritou:- HORÚS!O pequeno falcão respondeu ao longe, mudou o rumo de seu vôo e veio pousar no braço do homem.- Achou algo interessante?O falcão piou com entusiasmo. O homem sorriu e disse:- Ótimo, mostre-me!O falcão decolou e começou a voar em direção de uma estranha formação rochosa mais adiante.
O homem começou a segui-lo, andava tranqüilo, sem pressa. Sua expressão era vitoriosa. Parecia muito confiante de que havia achado algo de valor.
Ele caminhou até as rochas e viu Hórus pousar na mais alta delas, então se esgueirou entre as rochas menores para alcançá-la. Quando ele chegou a rocha maior se surpreendeu.
Ele esperava por algum objeto, marca, escrita, alguma coisa que tivesse seu valor expresso em conhecimento, mas não havia nada disso ali. Aberta na pedra havia uma enorme entrada, grande o suficiente para duas pessoas passarem juntas com facilidade. Era uma caverna.
Seu interior era rebaixado, e era cheia d’água dando a estranha impressão de uma piscina. Suas paredes eram cobertas com várias pedrinhas azuis, que pareciam safiras, e, estranhamente, por mais distante que fosse, a caverna fechada continuava iluminada adentro.
O homem pisou dentro dela, sua perna afundou até o joelho na água cristalina e quando seu pé tocou o chão ele teve a sensação de estar pisando em gelo, mas não era, o piso era agradavelmente morno.
Ele caminhou e caminhou por vários minutos percebendo que, quanto mais andava, mais descia o caminho. Então ele chegou a um imenso salão.
Era lindo, era abobadado e continha várias pedras como as do corredor, só que essas reluziam, de tal modo que lembrava um céu estrelado, mesmo o salão sendo muito bem iluminado. A sua frente se estendia uma ponte suspensa que atravessava o salão e terminava em outra porta. No meio dela havia uma fonte circular, cujas águas bailavam em círculos quando jogadas para cima num espetáculo fabuloso. As águas que vinham de ambos os corredores caiam em lindas cascatas, o salão era tão profundo que não se podia, nem ver, nem ouvir as águas atingindo um suposto chão.
O homem se surpreendeu como tal lugar existia ali sem aparentemente ninguém ter percebido sua existência. Ele caminhou até a fonte e observou as águas dançarem a sua frente, porém a fonte parou de funcionar.
Ele olhou assustado ao redor para ver se não havia pisado ou mexido em algo sem querer, mas se assustou quando olhou para a agua da fonte novamente.
Ela estava estática, como uma superfície vítrea, mas algumas gotas bailavam pouco acima da superfície, completamente suspensas no ar. Ele se assustou e deu alguns passos para trás, então a agua começou a se mexer. As águas subiram em espiral até unirem suas pontas um pouco mais acima, e lembraram curiosamente o formato de uma crisálida. E então elas se dispersaram rapidamente, tornando-se vapor. Ele olhou perplexo, havia uma mulher adormecida ali.
A cada olhar que ele lançava a ela, ele se assustava mais. Ela era diferente, era incontestavelmente uma mulher, porém parecia feita de água. Era possível ver através dela e assim como algumas gotas caiam dela para a fonte, outras gotas faziam o processo inversos.
Ela tinha um rosto delicado, não era muito alta, e pouco a pouco sua pele foi tomando cor. A medida que a cor de sua pele se acentuava, finas linhas de água subiram e lhe cobriram dos ombros à canela, se materializando num vestido de seda branco.
Ela já estava formada, era uma mulher normal agora, exceto pelos cabelos azuis, tinha olhos claros e a pele clara como neve, ainda sim tinha uma beleza indescritível. Então ela acordou.
Ela fitou o homem, tinha um olhar sério.
- Olá Ethan! – Disse ela.
- Olá... Como... é... Como sabe o meu nome!? – Ethan estava assustado.
- Humanos não são muito imprevisíveis sabe?
Ela riu alegremente. A beleza de sua voz comparava-se a dela. Ela agora parecia estar relaxada e sorria.
- Quem é você? – Disse Ethan surpreso com o comentário.
- Ah sim, eu... Para ser sincera eu não tenho nome, não tenho outros de minha raça para ser diferenciada por um nome, nem amigos para me chamarem por um. Sou apenas eu, apesar de alguns humanos me chamarem de elemental. Sou a elemental da água, Ethan...
- Você o que?!...
- Hahaha! Não se surpreenda, não há o que temer aqui, sou completamente pacífica.
Ethan se acalmou.
- Você disse que nunca teve ninguém, como ninguém nunca entrou aqui? Como ninguém conhece este lugar se eu achei ele tão facilmente?
- Porque eu deixei você entrar.
- E por que você me deixou entrar?- Ethan, nós, elementais permanecemos adormecidos de tempos em tempos, quando nós acordamos é porque há problemas que devemos resolver, e o problema dessa vez, é a sua raça...
- Como assim?!- Vocês vivem, sedentos pela evolução e pelo sucesso, mas se esquecem de que há muito mais do que lucros materiais e esquecem que o avanço nos conhecimentos leva tempo. Há muito tempo vocês deixaram de viver como deviam, passam somente a sobreviver agarrados na idéia de que a vida é feita individualmente e que quanto mais pessoas vocês ultrapassarem, melhor será...
- Entendo...
- Mas temo dizer que essa sua atitude esta levando tanto sua raça, como seu planeta, a se deteriorarem cada vez mais. Vocês esquecerem de sentir e é para isso que nós acordamos Ethan. Nós vamos lhes devolver suas essências pouco a pouco, e faremos isso através de você...
- Eu!? Por que eu?
- Essa e outras perguntas nós iremos responder ao longo dessa sua nova missão. Agora eu lhe peço Ethan, não se foque somente em si mesmo, lembre-se de que há seis bilhões de pessoas em seu mundo, e se todos vocês agirem com ignorância, só serão frutos de mais e mais sofrimento. Ethan, deixe de ser frio, lembre-se de que há outros, lembre-se de que existe ainda a compaixão! Ethan ainda estava perplexo com tal responsabilidade que queriam lhe dar. Ele olhou para a elemental, mas seus olhos não eram mais bondosos, nem sérios, eram olhos suplicantes. Ethan respirou profundamente e disse:- Eu me lembrarei, e a praticarei...
- Ótimo, sabia que tinha escolhido a pessoa certa – Ela sorriu – Agora eu lhe deixo um pequeno presente, para se lembrar do que houve aqui.
Ela estendeu a mão, e na palma desta um pequeno medalhão dourado surgiu. Ele flutuou até Ethan que o apanhou hesitante. Era simples, tinha aparentemente o espaço para 4 pedras e um deles já estava preenchido com uma pequena safira.
- Eu lhe deixo a responsabilidade de cuidar da “compaixão” Ethan, e também de encontrar e resgatar as outras essências e sentimentos humanos. É aqui que eu me despeço de você, pegue o caminho atrás dessa fonte e você vai achar o próximo elemental...
- Mas como eu vou achá-los!? - Você vai achar, só isso – Ela sorriu novamente – Adeus Ethan...
- Espera! Eu... Mas era tarde, do mesmo modo que ela surgiu, ela voltou a fonte. A fonte por sua vez abriu na frente e atrás, deixando a agua escapar para o posso profundo e abrindo caminho para Ethan.
Não havia mais o que fazer, ele colocou o medalhão no pescoço e seguiu em frente, preocupado com o que viria a seguir...

4 comentários:

  1. Muito boa a história, gostei da parte que ele encontrou a pessoa certa!

    Espero o 2º Capítulo. Abraço!

    ResponderExcluir
  2. Opa!!Como andas cara??? Eu achei teu blog numa comunidade no orkut...

    Gostei da história, bem criativa!!

    Se quiser dar uma olhada no meu, fique a vontade!!

    www.escritasdiretas.blogspot.com

    Abraçãoo..
    Valeuu!!

    ResponderExcluir
  3. Obrigado

    Vou ver seu blog sim ^^

    Valeu!
    Abração

    ResponderExcluir