quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Respeitando as crenças e opiniões alheias

   

                       



E ai, pessoas, tudo bem? Hoje eu vim aqui trazer um conteúdo especial sobre um sentimento desses que melhora os ambientes pra todo mundo: o respeito. Mais que isso, em particular hoje eu escrevo sobre o respeito às crenças e opiniões e a seguir fica uma lista de 7 fatores que podem te ajudar muito a lidar com as dificuldades de conviver com alguém que não pensa como você.
  Sem mais delongas, boa leitura. ;)

1 – A composição complexa de cada pessoa
  O primeiro tópico aqui se trata do quão extenso é o número de fatores que consolida a personalidade de uma pessoa. Há uma palavra não muito comum ao senso popular chamada ontogenia que significa a formação do indivíduo desde o começo de sua vida.
  
  A ontogenia de cada um envolve um leque de acontecimentos e sentimentos que estão ativamente se relacionando uns com os outros e cada nova coisa que vem a fazer parte da pessoa interage com tudo que ela já tem em si. Somos ativamente influenciados pelo meio em que convivemos e através do que nos é apresentado, juntamente com o que já foi apresentado antes, se formam, alteram e se extinguem características, raciocínios e obviamente as crenças.
   
  Pense bem nos momentos chave da sua vida que lhe fizeram pensar como pensa, ser o que é. Será que se as coisas todas tivessem tomado um caminho diferente você não acreditaria no que hoje não consegue tolerar? Quantas vezes você mesmo não mudou opiniões que antes achava absolutas?


2 – Cada um tem diferentes necessidades

                             

  É exatamente por essa formação complexa que aqui nós lidamos com o fato de que cada um tem suas necessidades particulares em suas vivências. Dependendo da sua formação você pode ser alguém necessitado de segurança, mas outras pessoas podem ter a necessidade de tomar riscos. Assim é com inúmeros fatores, desde os mais biológicos até os mais filosóficos, as pessoas tendem a buscar nas suas crenças as necessidades que tem de apaziguar suas dores e fortificar suas alegrias e certamente as suas não são as únicas.
  
  São muitas pessoas com suas diferentes formações. Basta entrar num sistema de mapas via satélite que você vai entender que mesmo no seu bairro, tem muito mais pessoas do que você imagina.
  
  Quando você lida com crenças, é bom entender que isso se trata de algo pessoal de grande importância, e que se você se volta mais para as crenças dos outros que para a sua, talvez você esteja se deixando de lado ou projetando seus problemas.
  
  Essa importância das crenças é tal que são essas mesmo que movem as pessoas, e consequentemente o mundo.


3 – O mundo é movido por crenças
  Respire fundo se você se estressou com a frase, caalma, vou explicar tudo agora!
Por mais que uma pessoa seja constituída por mil características, o motor básico que move alguém em direção a algo é a crença de que aquilo é necessário para si ou para um motivo qualquer.
  
  Por exemplo, antigamente a quantidade de dinheiro no mundo era medida pelo ouro que era mantido em estoque, já hoje, a base das atividades monetárias do mundo é o valor do dólar, e o valor do dólar se baseia num certo tipo de confiança que as pessoas têm naquela moeda. Confiança não é por si só um tipo de crença de que aquilo é algo seguro para si?
  
  Quando pessoas fazem dietas é por acreditarem na necessidade de emagrecer, mesmo quando não a tem. Você trabalha por acreditar que vai receber seu salário no final do mês. Pessoas respeitam a lei por acreditarem que terão más consequências se não o fizerem e quando desrespeitam é por acreditar que isso é mentira ou que outra necessidade é maior.

  Você paga o preço das coisas pois acredita que que aquilo vale o custo ou que não tem outro jeito de consegui-lo. As pessoas se abraçam, pois acreditam que a pessoa abraçada lhes faz bem, e se afastam umas das outras quando acreditam estarem em desvantagem por se relacionar entre si.
  Agora pense, num mundo onde as pessoas são todas diferentes no seu íntimo e movidas por suas crenças, qual o motivo para não achar natural que cada um busque suas crenças nas questões que julga importante?
  Assim como nas crenças cotidianas  isso também ocorre nas mais profundas, como política, religião, relacionamentos amorosos e etc. Se você não vai estar lá para dar suporte a quem acha que deveria pensar diferente, se ela vai caminhar por si só, deixe que a pessoa viva com as crenças dela, isso não diz respeito a você.


4 – Você se lembra do caráter?
  Quando você divide as pessoas pelas seitas, grupos, tribos ou seja lá qual for o coletivo, você se lembra do caráter? Quando diz que um mundo sem tal tipo de pessoas seria melhor e justifica com “um deles” que fez mal aos outros, você se lembra do “outro deles” que tenta fazer o bem? Se lembra de que mesmo nas pessoas que pensam em alguns casos como você, algumas fazem aquilo que você não aceita?
  
  Quando você generaliza exclui o fato de cada um ter sua ontogenia. Se para você, por exemplo, religiosos são todos iguais, rejeita que cada um ali tem sua história e mesmo entre si, são muito diferentes. É comum ver por aí pessoas dizendo que a causa de atentados terroristas é a religião e que o mundo seria melhor sem ela, mas não entre na onda de ódio que te impede de raciocinar que há muitos outros religiosos que se comprometem em ajudar pessoas necessitadas, inclusive aquelas acometidas pelos atentados.
  
  Antes de você dividir as pessoas, lembre-se que somos todos humanos. Fazer algo bom ou ruim é muito mais profundo do que seguir aquilo que alguém diz a você. Isso vem de todas as dores e amores que passou conforme cresceu e isso acontece em quaisquer grupos que as pessoas queiram formar.
  Acreditar na violência ou amor é algo inclusive que une as pessoas muitas vezes acima de seus outros grupos sociais, lembre-se bem disso pra que não seja iludido de que os problemas humanos do mundo são todos culpa de um grupo só, quando na verdade são culpa do fato de sermos todos falhos, inclusive você.








5 – Ciência não é isso aí!
  
  Você podia fazer bem suas lições de casa na escola, ler reportagens em sites de notícia e jornais sobre acontecimentos científicos. Pode lembrar da lei da seleção natural ou de todos os discursos de Nietzsche. Isso te deu muito conhecimento sim, mas ciência não é isso aí!
  A ciência tem toda uma metodologia sua para formular e comprovar teorias, seus trabalhos são publicados no meio científico também com toda uma metodologia própria para a publicação. Se você não usa em seus argumentos um artigo em consulta, se não tem a memória boa pra lembrar os detalhes, então abstenha-se de dizer que se guia pela ciência, pois nela todos os detalhes fazem a diferença e sem nem perceber você muitas vezes altera uma pesquisa pra proveito próprio. Se você quer se basear na realidade, então estude e seja comprometido com a ciência além da vontade de querer uns argumentos pra te favorecer.
  
  Ao ler uma reportagem ou algo do tipo é fácil memorizar só os dados que te interessam e moldar o conteúdo. Muitas vezes você acaba atrapalhando quem realmente trabalha pra construir um mundo mais pacífico com o que estuda por destruir a credibilidade deste conteúdo, pois você quer ter razão quando na verdade não tem.
  
  Seja humilde quando lida com as crenças das pessoas, de nada importa a ciência provar que a A é maior que B, se a pessoa precisa de B para si é nele que ela vai se guiar. Até porque a ciência não é a única maneira de lidar com conhecimento no mundo.


6 – Teias de conhecimentos
  
  Você sabia que a ciência é apenas uma modalidade dos saberes? Arte, filosofia, religião, senso comum e outros, são maneiras diferentes de lidar com o conhecimento. Não só citando as modalidades, mas por muitas vezes os conteúdos que cada uma estuda são tão vastos que mesmo estudando uma mesma área por toda a vida, duas pessoas podem tratar de conhecimentos diferentes dos quais uma nunca ouviu falar do tema da outra.

  Quando você se fecha nos pensamentos de apenas um filósofo ou pessoa de influência que seja, você deixa de conhecer contextos e realidades relativas que são constituídas por muito mais conteúdo do que você consegue imaginar. Quando você faz uma viagem, por exemplo, mesmo que a um estado próximo, as pessoas se comportam de maneiras diferentes e acreditam em coisas diferentes num ritmo que normalmente te faz sentir perdido. Quando a viagem é mais longe, para um outro país, outro hemisfério, parecemos entrar em um novo mundo.
  
  Antes de ser parte de um movimento, você é humano, antes de buscar a certeza e a realidade em tudo, lembre-se que só a sua rotina já foge delas todos os dias, que dúvidas são saudáveis pra se motivar, que os mais belos poemas fogem a lógica linear, que os sentimentos muitas vezes são obscuros aos estudiosos, que nos erros nós crescemos mais e que não conhecemos na totalidade nem o funcionamento de um organismo humano, quanto mais de toda a condição existencial do nosso mundo ou da nossa organização.
  Talvez se fechar para novos conteúdos seja algo que te faça passar muito stress desnecessário, raramente você vai se sentir socialmente bem por ser alguém com a mente fechada. Ter suas crenças como algo pessoal e íntimo é saudável, mas isso não quer dizer que elas não podem ser mudadas pra que você cresça. Deixe que esse mundo todo se acomode na sua mente!
 






7 – A diversidade que constrói a beleza do mundo 
  De longe o tópico que eu estava mais ansioso para escrever! Se você quer um motivo maior pra respeitar as pessoas com suas diferenças eu vou te dar um pequeno exercício:

  Da próxima vez que sair de casa repare bem nas coisas a sua volta. Peço que antes de começar, abandone a rabujentisse cotidiana, o vício no que é atraente e polêmico e veja as coisas todas sem apegos no seu ego.
  Olhe para todas as pessoas que passam por você, veja cada rosto único, cada jeito de andar diferente, cada ação que é exercida. Veja as árvores e como cada uma tem pra si seus tons de verde e marrom. Ouça os pássaros, os carros, as crianças e tudo que te cerca. Abrace os amigos que encontrar, descanse nas sombras que puder. Respire fundo nos campos verdes e saboreie um sorvete.
  

  Conheça pessoas diferentes, sorria para estranhos ao invés da habitual encarada carrancuda. Ouça desabafos e desabafe de vez em quando também. De um presente pra quem você gosta e outro pra quem você nem conhece. Divida suas bolachas na fila do médico, pratique mais música, viaje mais!
  




 Veja monumentos feitos pelo homem e maravilhas feitas pela natureza. Veja a maravilha que você mesmo é.



      
  Tudo isso que você vivencia, vivenciou e vai vivenciar é fruto de diferenças. O mundo é construído por pessoas de diferentes crenças, as coisas boas que você aproveita são feitas por pessoas dos mais variados tipos, inclusive as que pensam oposto a você.

  As vezes quando estamos apegados a nossa própria lógica de vida nos esquecemos de ver o que tem de bom em toda nossa rotina. Antes de julgar alguém diferente por fazer mal a você veja bem se não é você mesmo que já perdeu o tato de ver a beleza no cotidiano, de sentir o prazer no fato de estar vivo por mais um dia. Faça valer a pena o que você vive, depois disso duvido muito que você se incomode com os pensamentos de alguém só por serem diferentes.


 Obrigado por ler este texto até aqui. Obrigado por me deixar compartilhar com você o fato de que não somos absolutos no mundo e que ser diferente é natural, além de prazeroso quando você deixa. Eu agradeço a leitura e te desejo muito amor nos dias que estão por vir.

Até o próximo texto! ;D

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